Assim que vi a capa deste livro, tive um feeling que era o
livro certo para mim. Depois de saber a história, mais convencida fiquei.
Elevei de tal forma as expectactivas que, confesso, iniciei a leitura com algum
receio.
Mas posso dizer agora, que qualquer receio foi totalmente
infundado. Que livro bom este! Tem tudo o que eu adoro e procuro num romance.
Uma escrita exemplar, uma história de família que percorre longos anos, uma
localidade pequena, bem característica do espírito italiano, mulheres fortes,
alegrias e sofrimentos. Que leitura tão rica.
Sinto sempre que os italianos são exímios a escrever romances
de família, o ritmo, as personagens de personalidade forte, a forma de
escrever, encaixa tudo na perfeição.
Aqui temos Anna, uma mulher que se muda com o seu marido
Carlo para a terra Natal dele, local onde é bem recebida, no entanto, onde não
se sente em casa. É com dificuldade que Anna se integra nesta nova sociedade,
junto da família de Carlo. Para agravar a situação, sente que precisa de uma ocupação
profissional, algo que não é visto com bons olhos àquela época. Mas ela é
resiliente e será como carteira que irá encontrar o seu lugar. Se primeiro é
olhada de lado, por exercer uma profissão masculina, a forma como a encara, com
profissionalismo e coração, acaba por fazer com que todos se rendam.
Anna era a bisavó da autora, Francesca Giannone. Ela terá
encontrado um cartão de visita desta bisavó, o que a levou a imaginar esta
história, cuja localidade e personagens são mera ficção. Ainda assim, saber que
esta bisavó existiu e foi o mote para esta narrativa tão bonita, torna-a ainda
mais especial.
O livro dá tempo ao leitor para se envolver com as personagens, para as sentir e se sentir lá, no meio da acção. Adorei cada página, cada personagem, cada passagem. Só tive pena que tivesse terminado. Anna Allavena, carteira, ficou comigo, como exemplo e como inspiração!
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