“Ainda Bem Que a Minha Mãe Morreu”, um título chocante, sem
dúvida. Mas finda a leitura, e dentro do seu contexto, faz muito sentido.
Este é um livro de não ficção, que nos conta, pela voz e
palavras da própria, a história de vida de Jennette McCurdy. Desde cedo, aos 8
anos, Jennette foi obrigada pela sua mãe a participar em castings para ser,
primeiro figurante, e depois atriz. Esta foi sempre uma imposição da mãe que a
usou como meio de subsistência (e talvez a tenha usado de outra forma, ainda
que não fique claro da leitura do livro).
A mãe de Jennette era uma acumuladora, pelo que a casa onde
esta criança nasceu e cresceu era tudo menos saudável, já que nem quarto tinha
disponível porque estava cheio de tralhas… A acrescentar a tudo isto, aos 11
anos tornou-se anorética, muito incentivada pela mãe que a queria pequena e
magrinha para continuar a fazer papéis de criança.
Toda a sua vida foi um sem fim de traumas, Jennette foi
usada e abusada por todos a começar pela própria mãe. Após a sua morte, não
sabendo como agir sozinha, torna-se bulímica, e a sua vida uma sucessão de más
decisões que chega a ser atroz acompanhar…
Saber que estamos perante uma história verídica, que não
será certamente única e que representa o outro lado do glamour da televisão e do
estrelato é perturbador!
A escrita de Jennette é completamente desprovida de tabus,
directa e crua, relata tudo o que foi o seu crescimento. Hoje com 32 anos, é
escritora e realizadora, mas a sombra do seu passado irá acompanhá-la sempre.
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