Opinião... Freida McFadden * A Criada Está a Ver

 


Ai Freida, o que foste fazer à “nossa” criada?

Desculpem o desabafo, mas terminei a leitura deste terceiro volume e fiquei um tanto indignada com as opções que Freida McFadden tomou neste livro. Millie revelou-se uma personagem incrível no primeiro volume, “A Criada”. Uma mulher de armas, lutadora e poderosa ao seu jeito, genial e destemida. Uma personagem que é impossível esquecer.

Agora, os anos passaram, Millie casou e tem dois filhos e acaba de se mudar para a sua casa de sonho, numa zona tranquila onde ela sente que os seus filhos poderão crescer livres e em segurança. Mas nem tudo é o que parece e os vizinhos não os recebem da forma que sonhariam, revelando-se muito diferentes do que imaginaram.

Millie tornou-se numa personagem empoeirada, sem garra, sem presença e sem a força que tanto a caracterizou e de que tanto gostei, o que me deixou muito decepcionada com este livro…

Millie à parte, e falando apenas em termos de thriller, está bem construído, é de leitura rápida (embora não frenética) e é coerente. Mas não surpreende e, inclusive, há ali um pormenor no final (que não vou revelar por causa dos spoilers), que não me convenceu totalmente.

Os vizinhos do lado deste novo lar são estranhos, ela é dona do seu nariz, autoritária e pouco simpática com quem não gosta. Ele é maleável, aceita e cumpre tudo o que a mulher diz. Do outro lado da rua mora outra vizinha, que tem por hábito espreitar à janela, sabendo tudo sobre todos (acha ela!), tem o controlo absoluto sobre o seu filho, chegando a levá-lo de trela à paragem de autocarro escolar. Definitivamente não foi este o cenário que Millie idealizou quando fez a proposta de compra daquela casa, mas nem sempre as coisas são como imaginamos… aliás, num thriller, nunca são, não é?

Quem procura um thriller que entretenha e não complique, poderá apreciar esta leitura. Quem é fã da autora e sabe o que ela consegue fazer, fica com um amargo de boca, porque este não acompanha a qualidade e intensidade de “A Criada” (o meu preferido ainda e sempre!).

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