Opinião... St John Greene * A Lista da Nossa Mãe


“A Lista da Nossa Mãe” habitava as minhas estantes há já muito tempo, sem ser lido. E eu sei porquê… Porque eu tinha receio de o ler, de sofrer com o seu conteúdo.

Na minha missão de ler os livros mais antigos da minha biblioteca, calhou agora a sua vez e afinal tinha criado uma imagem que não correspondeu à realidade. E foi isso mesmo que me fez gostar menos deste livro, já que tratando-se de um tema tão duro e pesado, a minha expectativa era que me tocasse e incomodasse. Não aconteceu… E julgo que tal se ficou a dever ao facto de ter sido escrito por uma pessoa externa aos acontecimentos.

Temos aqui um livro de não ficção, cujo ponto de partida foi uma lista de coisas que Kate deixou ao seu marido, que ela gostaria que ele fizesse ou relembrasse. Isto porque ela faleceu, depois de ser assolada por uma terrível doença, deixando dois filhos pequenos.

O mais chocante nesta história verídica é que, quando Kate descobre a sua doença, o seu filho mais velho tinha acabado de lutar, também ele, pequenino, contra a mesma doença. Não consigo sequer imaginar o quão devastador deve ter sido para esta família!

Kate foi a imagem da esperança e do positivismo enquanto foi viva. Viveu e apreciou cada momento, mesmo quando enfrentava tão duras batalhas. Neste aspecto, este livro é uma enorme lição! O seu marido, St John ficou com um fardo pesadíssimo. Por um lado, viver o seu luto de forma discreta, porque havia duas crianças pequenas para cuidar, por outro, viver com a sombra da doença do seu filho de forma permanente. Mas também ele é um bonito exemplo do que o amor à família consegue fazer.

Depois temos a lista, que contém coisas práticas, lembretes, memórias, pedidos e muito amor. É um livro que nos lembra do quanto é importante viver o presente, porque não sabemos o que nos reserva o futuro. Só por isso já valeu a pena a sua leitura!

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