“A Lista da Nossa Mãe” habitava as minhas estantes há já muito tempo, sem ser lido. E eu sei porquê… Porque eu tinha receio de o ler, de sofrer com o seu conteúdo.
Na minha missão de ler os livros mais antigos da minha biblioteca,
calhou agora a sua vez e afinal tinha criado uma imagem que não correspondeu à
realidade. E foi isso mesmo que me fez gostar menos deste livro, já que tratando-se
de um tema tão duro e pesado, a minha expectativa era que me tocasse e incomodasse.
Não aconteceu… E julgo que tal se ficou a dever ao facto de ter sido escrito
por uma pessoa externa aos acontecimentos.
Temos aqui um livro de não ficção, cujo ponto de partida foi
uma lista de coisas que Kate deixou ao seu marido, que ela gostaria que ele
fizesse ou relembrasse. Isto porque ela faleceu, depois de ser assolada por uma
terrível doença, deixando dois filhos pequenos.
O mais chocante nesta história verídica é que, quando Kate
descobre a sua doença, o seu filho mais velho tinha acabado de lutar, também
ele, pequenino, contra a mesma doença. Não consigo sequer imaginar o quão
devastador deve ter sido para esta família!
Kate foi a imagem da esperança e do positivismo enquanto foi
viva. Viveu e apreciou cada momento, mesmo quando enfrentava tão duras
batalhas. Neste aspecto, este livro é uma enorme lição! O seu marido, St John
ficou com um fardo pesadíssimo. Por um lado, viver o seu luto de forma discreta,
porque havia duas crianças pequenas para cuidar, por outro, viver com a sombra
da doença do seu filho de forma permanente. Mas também ele é um bonito exemplo
do que o amor à família consegue fazer.
Depois temos a lista, que contém coisas práticas, lembretes,
memórias, pedidos e muito amor. É um livro que nos lembra do quanto é
importante viver o presente, porque não sabemos o que nos reserva o futuro. Só
por isso já valeu a pena a sua leitura!
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