Lara Fresco estreia-se como escritora neste “Por Amor A Madalena”.
Nele, leva-nos a conhecer Madalena e Bernardo, um jovem casal que, como tantos
outros começou a sua relação na escola secundária. E se nos reportarmos aos
primeiros anos, tratou-se de uma relação normal, saudável e amorosa, ainda que
se tenham notado os primeiros indícios de isolamento social.
Mas o Bernardo começou a sentir ciúmes desmedidos de
Madalena, a qual só queria para si. Tudo se agravou quando ambos entraram na
faculdade em Coimbra (eles são do Porto), o que os obrigou a mudar de cidade e
a alargar o leque de amigos/conhecidos.
Madalena tem sede de viver a vida estudantil que aquela cidade
oferece. Bernardo não deixa. E a partir daí tudo começa a ruir. Primeiro um
empurrão, depois palavras agressivas, numa escalada de violência física e
verbal…
Embora não seja um livro autobiográfico, a experiência pessoal
da autora levou-a a escrever esta história. Acaba por ser um grito de alerta
para os sinais, evidentes para quem observa de fora, não tanto para quem os
vive! E, embora as consequências sejam variáveis, casos extremos fazem parte
das tristes estatísticas nacionais.
Apenas por este facto, este livro já seria necessário e
importante. Que muitos jovens leiam e percebam que o respeito dentro de uma
relação é o pilar base. Sem ele não há relação, nem há amor. Não vale tudo, por
amor!
O livro está escrito intercalando passado e presente. Gostei
muito disso, já que não me permitiu nunca sentir empatia pelas atitudes deste
casal. Sabia, desde o início, onde aquela linha ia parar. Caso contrário
poderia ter caído na armadilha do “oh, que amorosos”.
Em termos de escrita, esta é simples e directa, com muitos
diálogos, sem medo de chamar as coisas pelos nomes. Um livro real e directo. Apenas
achei que por vezes poderia ter um vocabulário mais diversificado, mas trata-se
de uma primeira obra e acredito que Lara Fresco tem ainda um longo e bonito
caminho a percorrer!
Uma nota final para a presença marcante da cidade de Coimbra. Uma cidade que entrou na minha vida há poucos anos, mas onde me vou sentindo em casa. As inúmeras referências do livro à cidade e à cultura universitária tocaram-me particularmente.
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