São livros como este que me fazem gostar tanto de ler! Livros que nos transportam para outros lugares, neste caso, nem por isso mais felizes, mas ainda assim numa jornada incrível!
Achei tudo bom neste livro, a história, as personagens, o
desenvolvimento da narrativa. E, embora a acção se passe quase toda em tempo de
guerra e esta seja uma presença permanente, a verdade é que o foco do livro são
as pessoas, a livraria, aquela localidade e a forma como os livros salvaram estas
personagens.
Gertie é uma jovem mulher no início da história. Destemida e
ousada, desafia o marido Harry a abrir com ela uma livraria. Se, de início, são
vistos com alguma hesitação, principalmente porque Gertie é muito à frente do
seu tempo, aos poucos conseguiram conquistar o seu lugar e fazer parte daquela
comunidade. Mas nem tudo são rosas e a guerra está à porta. Para piorar o cenário,
Harry morre de doença, deixando Gertie sozinha e um pouco perdida. Mas será ela
a acolher em sua casa uma das muitas crianças trazidas da Alemanha para Inglaterra
e a necessidade de cuidar da adolescente que lhe calhou, obriga-a a reagir e a
agir.
Em cenário de guerra, a sua livraria e o armazém
transformado em abrigo rapidamente representaram o escape a uma realidade
demasiado dura. Será ali que o clube de leitura irá ter um papel fundamental em
manter as pessoas mais calmas e unidas, transportando-as para as histórias que partilham
e debatem.
Um livro que fala de livros e do papel da literatura é
sempre bem-vindo. Quando alia uma escrita irrepreensível que teve a capacidade
de me transportar para aquela época, temos o conjunto perfeito. Foi, para mim,
um deleite ler este livro, senti cada personagem, senti o medo pelo
desconhecido, o sofrimento pela perda, mas também a libertação em cada página.
Uma leitura que recomendo sem reservas!
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