Como não ter curiosidade em ler um livro (de não ficção),
que nos fala sobre a experiência de abrir uma livraria numa aldeia com apenas 180
habitantes?
Escrito na primeira pessoa, Alba Donati relata-nos a sua
experiência. Mas este livro é muito mais do que isso. Em formato de quase
diário, vai contando ao leitor o dia-a-dia de uma livreira peculiar, dos
habitantes da terra, da família, das leituras e das encomendas.
É realmente interessante e, a dada altura, parece que já
conhecemos Alda e os restantes habitantes e conseguimos visualizar esta bonita
livraria que foi criada com recurso ao crowdfunding, antes da pandemia e que
sofreu um desaire violento (um incêndio) logo nos primeiros meses de vida, que
poderia ter sido o mote para desistir, mas que, pelo contrário, foi um bonito processo
de união e solidariedade que tornou a recuperação possível.
Ter uma livraria é um sonho de vida. Julgo que será o de
muitos leitores. Alba Donati ousou converter esse sonho em realidade e é uma
inspiração. Perceber que é na diferença que se conquistam os clientes, que um
pequeno negócio local precisa de ser original e de se reinventar. Adorei ver a
lista diária de encomendas, e que deleite encontrar livros que também povoam a
minha estante e já li.
Alba Donati é igualmente poetisa e isso percebe-se na forma como escreve. Este livro é de não ficção como referi, mas mais parece um romance com toques de magia perdidos por aqui e por ali. Uma leitura de conforto, que faz sonhar!
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