“Cinco Dias de Vida” é daqueles livros que partem o coração.
Mas ainda assim foi uma leitura que gostei muito!
Feito o aviso prévio, importa explicar o que são estes cinco
dias de vida. E a resposta é: depende da perspectiva… Para Mara, são os seus
últimos cinco dias. Ela sofre da doença de Hutchinson, uma doença sem cura, que
vai destruindo as células, fazendo a pessoa perder todas as suas capacidades.
Mara decidiu que quando sentisse que a doença a estava a tornar dependente de
outros e a deixar de permitir que tomasse as suas próprias decisões, se mataria
no seu aniversário seguinte. E o evento que despoletou esta decisão aconteceu,
pelo que lhe restam agora cinco dias de vida. Mas Mara não está sozinha, ela é
casada com Tom, um marido incrível e juntos adoptaram uma menina, que é a luz
das suas vidas. Durante estes cinco dias, vamos acompanhar todos os pensamentos
de Mara, todas as dúvidas, todas as despedidas, todas as hesitações. E dá tanto
que pensar…
Já para Scott, estes mesmos cinco dias representam os últimos
com o seu homenzinho, o menino que ele e a mulher adoptaram temporariamente, já
que a mãe dele foi presa por ano ano. Scott afeiçoou-se ao menino e não
consegue antever os dias que se seguirão à sua partida.
Tanto que cinco dias podem representar na vida de uma pessoa,
quando decisões definitivas e extremadas são necessárias…
O livro está dividido precisamente pelos cinco dias, que são,
acima de tudo, intensos. É impossível ficar indiferente ao sofrimento destas
nossas personagens. Gostei muito da forma como a autora entregou a história,
sem alaridos, mas com todas as palavras. E as cenas onde Mara vai percebendo
que o seu corpo já não é o era, são simplesmente angustiantes.
Não é um livro feliz, não é um livro que doura a realidade, mas é um livro que coloca questões muito pertinentes, que dá respostas consistentes e que faz o leitor dar valor ao dia de amanhã. Por isso mesmo, embora aqui e ali tenha achado que poderia ser um pouco menos descritivo, foi uma leitura que me enriqueceu e de que gostei muito.
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