“O Homem Que Não Tinha Idade” é João, que ao chegar aos seus
83 anos se vê abandonado num lar, após insistência dos filhos. Um homem ainda
cheio de vitalidade e de vontade de viver, sente que a atitude dos filhos é
muito mais de interesse (desresponsabilizando-os) do que preocupação consigo.
Fernando Correia apresenta-nos esta história em duas partes.
Na primeira, iremos conhecer João, numa retrospectiva pela sua vida fora,
começando nos bonitos 83 anos e recuando até aos 10 anos. O autor mostra-nos um
homem real, com virtudes e defeitos, com bonitas acções e outras mais
condenáveis. Mas sempre sem usar subterfúgios.
Na segunda parte, partimos deste lar que está a aprisionar
João, mas iremos vê-lo a ganhar asas e voar. E é esta segunda parte que faz deste
livro algo tão especial. Porque nos mostra um caminho, uma luz no final do
túnel, uma nota de esperança.
Fernando Correia escreve de uma forma muito bonita, quase poética,
com muito cuidado no uso das palavras, o que transforma este livro numa leitura
que é um deleite. A sua forma de representar o amor pela sua mulher Joana, por
exemplo, é simplesmente lindo! A construção da narrativa foi igualmente muito
bem conseguida, pela forma como quase nos leva para um buraco escuro, para depois
dar a volta e mostrar um lado mais luminoso da vida.
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