F. Scott Fitzgerald criou aqui um retrato de uma sociedade pós-guerra,
no seio das famílias mais abastadas. A ironia que o autor utiliza na sua
narrativa, em jeito subtil, é o que de melhor encontrei neste livro. A escrita
é descomplicada e fluída, algo que também me surpreendeu.
Gatsby vive na mansão ao lado da casa onde Nick está a passar
uma temporada. Nick é o nosso narrador e viverá momentos de tensão graças a
este seu vizinho misterioso. Do outro lado da baía vive a sua prima Daisy e o
marido Tom. Todas as interacções entre estas personagens são tensas e Nick
sente a necessidade de conhecer melhor cada um deles.
Embora perceba que o livro terá sido um marco numa época
onde a prosperidade vivia paredes meias com os destroços de guerra, tenho
alguma dificuldade em encontrar nele a grandiosidade de um clássico. A verdade
é que o livro não terá sido um enorme sucesso na altura em que foi lançado, só
anos mais tarde, sendo reeditado, granjeou o sucesso. Talvez porque transmitia,
em grande medida, o grande sonho americano.
No cômputo geral, é uma leitura que atrai, porque a dúvida
quanto às razões por detrás das acções de Gatsby têm esse poder. E, confesso, o
final revelou-se algo inesperado. Em certas partes senti que a narrativa tem
cortes, fazendo-me perder um pouco o fio à meada, como se de cenas soltas se tratasse.
Este livro faz parte dos 1001 livros para ler antes de morrer. Pela minha parte, posso colocar um visto na sua entrada, com bastante satisfação!
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