Um dos meus objectivos para 2024 é conhecer mais autores
portugueses. David Machado estava, sem dúvida, na lista. Dele só tinha lido um
livro infantil, “O Tubarão na Banheira”, mas este “Índice Médio de Felicidade”
despertava a minha curiosidade há muito! Mais ainda depois de ter estado com o
autor na Feira do Livro de Lisboa para autografar o meu exemplar.
No entanto, não foi um início de leitura fácil, levei o meu
tempo a entrar na narrativa, na forma de escrita diferente, nas personagens,
mas este foi um livro que me soube conquistar a cada página, deixando-me com
uma sensação de saudade quando o terminei, tal foi a forma como me apeguei a
cada uma destas personagens. Engraçado o poder da palavra escrita, não é?
Aqui vamos conhecer três amigos. O nosso narrador, Daniel,
que se encontra desempregado há algum tempo, o que obrigou a família (mulher e
dois filhos) a mudarem-se para o norte, para junto dos pais dela, enquanto ele
batalha por reconstruir a sua vida profissional. Para Daniel é imprescindível que
os seus conhecimentos e experiência sejam valorizados.
Temos depois o Almodôvar, que se encontra preso depois de um
assalto a uma bomba de gasolina. Deixa mulher e um filho perdidos. A sua mulher
vê-se obrigada a ter vários trabalhos para pagar todas as contas, com
implicação directa no acompanhamento do filho adolescente.
O terceiro amigo é Xavier, que se encontra fechado em casa
há 13 anos e que é motivo de preocupação por parte dos amigos. Mas é também
Xavier que irá despertar a curiosidade e interesse para o índice médio de felicidade.
Há algum tempo que ele estuda exaustivamente este índice e, se de início, é
levado com cepticismo e até algum gozo, acaba por influenciar também Daniel. Mais
ainda quando o site que criaram que tinha por objectivo ser uma plataforma de
entreajuda, não tem qualquer sucesso, mas certo dia surge um pedido de ajuda
que não os deixa indiferentes…
Temos aqui uma história sobre amizade, sobre valores, sobre
a medida da felicidade. Este livro tem conceitos muito interessantes, que fazem
reflectir. Tem igualmente personagens peculiares, mas muito bem construídas, imperfeitas,
mas de quem queremos gostar. Não apreciei tanto do uso frequente de asneiras, que
na minha opinião seriam várias vezes evitáveis. Mas tem um final muito bom!
Adorei o final!
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