“A Viagem de Billie” foi uma excelente surpresa! Quando li a sinopse, ainda que tenha ficado interessada na leitura, também fiquei um pouco receosa que fosse demasiado juvenil, já que a Billie, a protagonista que dá título ao livro, tem apenas 15 anos.
Mas não foi nada disso. Billie, por conta das suas circunstâncias
de vida, foi obrigada a crescer demasiado depressa e isso reflete-se na
maturidade da história.
O livro começa de forma trágica, no funeral da mãe de
Billie. Esta jovem vive dias negros depois de uma vida dura, e a perspectiva de
futuro também não é risonha. Ao longo destas páginas vamos conhecer o seu
passado, quando vivia sozinha com a mãe, de origem húngara, passando muitas
vezes necessidades financeiras. Não sabe sequer quem é o seu pai. Vamos também
conhecer o que levou à morte da sua mãe e a forma como isso condicionou as suas
acções futuras.
É um livro extremamente duro, sem ser lamechas. E, sendo o romance
de estreia da autora Elena Fischer, mais relevante se torna a forma como a
história é descrita e como, logo desde as primeiras páginas, se entranha no
leitor. Senti, desde início que já conhecia Billie, sofri com ela e torci para
as coisas lhe corressem bem. Na biografia da autora refere que foi nomeado para
Livro do ano na Alemanha, e compreendo bem porquê.
É um romance muito bem desenhado, que nos faz acreditar que o amor pode ser sempre redentor, mesmo quando não se trata de sangue do seu sangue. E a Billie é uma personagem que se quer acarinhar, abraçar e dizer que vai ficar tudo bem!
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