Não se apreciar um livro de um autor que se adora é uma dor na
alma… Jenny Colgan é das minhas autoras de romances “fofinhos” preferida. Tem a
capacidade de criar narrativas amorosas, que me envolvem e me transportam para
o lugar onde se passa a acção (sempre locais que desejo visitar) e personagens que
aprecio e que torço muito que tudo lhes corra bem.
“O Café Junto ao Mar” não me ofereceu tudo isto. Achei toda
a história mais “morna”, pouco original e não senti o esperado carinho por Flora,
a personagem principal.
Acredito que parte deste sentimento se deva também à
tradução deste livro. Existem inúmeras frases que me fazem pouco sentido, na forma
como estão construídas. Isto obrigou-me a reler várias passagens, perdendo o
ritmo de leitura e o entusiasmo, confesso.
Flora vive em Londres e trabalha num escritório de
advogados. Mas ela é escocesa, mais precisamente de uma ilha muito a Norte,
chamada Mure. Vive, portanto, afastada da família e da localidade que a viu crescer.
Isto porque desde o funeral da mãe, se sentiu mal acolhida e decidiu partir, deixando
para trás o pai e os irmãos, entregues à vida rural de sempre.
Quis o destino que um cliente da empresa onde trabalha
quisesse uma profissional escocesa para tratar de um assunto pendente,
precisamente em Mure. A escolha foi óbvia, apesar da pouca experiência, Flora
era a única funcionária que cumpria o requisito, e vê-se, repentinamente, de
volta à sua terra Natal.
Primeiro veio o choque do confronto com a realidade que
escolheu deixar para trás, para a seguir os laços de sangue falarem mais alto
e, é desta forma que Flora se vê de novo no seio da família, enquanto tenta
ajudar o cliente a ser aceite naquela ilha pouco receptiva a estranhos.
Para temperar tudo isto, temos ainda a paixoneta que Flora
tem há muito tempo pelo seu chefe, um mulherengo de sucesso da grande Londres,
que, ao ver-se naquela ilha, percebe que existe mais vida para além da que rodeia
o seu umbigo.
Gostava muito de ter gostado mais deste livro. Não aconteceu.
Faltou-me empatia com as personagens, faltou-me entusiasmo com a história. Ainda
assim, a parte que mais retive e apreciei foi, sem dúvida, a que toca às
tradições escocesas, tão diferentes e originais e muito bem retratadas neste
livro.
De qualquer forma, um livro não faz uma autora e Jenny
Colgan permanece inabalável no seu lugar de autora de romances fofinhos no meu
coração.
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