Opinião... Freida McFadden * A Porta Trancada


Depois de “A Criada” e de “O Segredo da Criada”, a fasquia estava alta para este novo livro da autora Freida McFadden. Isto porque estes dois primeiros volumes foram, acima de tudo, surpreendentes e inteligentes na forma como nos entregaram a história. Em “A Porta Trancada” já não encontrei esta particularidade, pelo que é inevitável que tal tenha influenciado a minha opinião.

Desta feita temos Nora, uma cirurgiã conceituada que tem, no entanto, um passado muito conturbado. Há 26 anos, o seu pai atacou e matou várias mulheres, mantendo-as cativas na cave da sua casa de família, tendo sido condenado e preso.

Depois da condenação, Nora foi viver com a sua avó materna e decidiu mudar de nome para que ninguém a associasse ao pai. Ela bem queria fugir deste passado triste e infeliz, mas este não lhe deu tréguas e no presente, 26 anos passados, o assassinato de uma mulher que terá sido sua paciente, com o mesmo modus operandis levanta dúvidas à polícia. Quando o caso se repete com outra mulher, exactamente nos mesmos moldes, o inferno retorna à vida de Nora.

A dada altura ela já não consegue confiar em nada, nem em ninguém. Nem em si mesma…

O grande ponto forte deste livro são as personagens, duras e sofridas, arriscaria até dizer, meio maradas… Depois temos o nível de suspense, sempre em alta, que impossibilita o leitor de largar o livro. A cada página um novo acontecimento, uma acção em suspenso, uma personagem em perigo. Chega a ser inquietante!

Por outro lado, gostaria de ter visto mais explorada a vertente de cirurgiã de Nora, um caminho que me estava a interessar muitíssimo, com todas as questões deontológicas que levanta.

O livro fecha bem a história, com um desfecho inesperado e explicado, que embora não tenha achado bombástico, cumpriu a sua função. Não sendo o meu livro preferido da autora, é um thriller bem construído que prende e entretém.

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