“A Livraria Perdida” é daqueles livros que mais do que falar
sobre ele, sobre o que nos conta, importa senti-lo, viver cada página como se estivéssemos
presentes na narrativa. De repente, torna-se em algo familiar e confortável,
mesmo quando assistimos a cenas improváveis. Difícil transmitir este sentimento
por palavras, por isso o melhor é mesmo pegar nele e ler (e apreciar!).
De qualquer forma, e de um modo apenas resumido, temos um
livro contado em dois tempos com três personagens principais. No presente temos
Martha e Henry, ela foge de um lar onde impera a violência doméstica e consegue
encontrar emprego na casa de uma idosa que a contrata como governanta, casa
esta que se situa mesmo ao lado da morada que Henry procura como tendo sido o
local de uma livraria perdida. É desta forma que se conhecem e se envolvem na
busca pela história deste antigo local.
No passado, temos Opaline, uma jovem mulher que foge de uma
família que não a acarinha, querendo antes casá-la por interesse. Depois de várias
peripécias, Opaline vê-se a viver em Dublin e a tomar conta de um antiquário onde
pretende incluir uma sessão de livros antigos, a sua grande paixão e especialidade.
Obviamente que em livros com dois espaços temporais, a dada
altura as duas histórias terão um fio condutor que faz o puzzle ficar completo.
Este não é excepção e a ligação é muito interessante. Confesso que não a antecipei,
antes de se tornar demasiado óbvio.
A escrita deste livro é o ponto chave. Ela é descomplicada, mas rica, conseguindo transmitir ao leitor uma aura tão necessária a esta narrativa. O intercalar do presente e do passado é algo que eu gosto sempre de encontrar, dá uma outra dinâmica ao mesmo tempo que desperta ainda mais a minha curiosidade. Depois temos o tema, como não gostar de um livro que fala de livros e livrarias? Por fim, o toque de magia, na dose certa, na minha opinião, que torna tudo ainda mais encantado!
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