Que livraço este!
Quem me segue, sabe que gosto muito dos livros de João
Tordo, ainda que não os adore todos na mesma medida. A trilogia que começou com
“Águas Passadas” apresentando-nos uma personagem muito carismática, a Pilar
Benamor, continuou com “Cem Anos de Perdão” e é agora rematada com “Os Dias
Contados”, que curiosamente nos leva ao passado para conhecermos as origens de
Pilar e entender a mulher que se tornou.
Tudo é bom neste livro, o início é hilariante, mais ainda
para quem esteve na apresentação do livro e ouviu este episódio pela voz do
autor, com o seu toque de humor tão característico e cativante. Foi muito fácil
viver todas estas cenas na estância de esqui e foi surpreendente começar um
thriller desta forma. Foi uma aposta arriscada, diria eu, mas totalmente
conseguida.
Fiquei de imediato viciada neste livro! E para quem possa pensar
que os acontecimentos na neve são fortes, não sabe ainda o que o espera! A premissa
de que ninguém nasce assassino, as circunstâncias é que criam o assassino, é
muito inteligente e a sua concretização é brilhante.
O pai de Pilar viveu obsecado com um caso que, apesar de
resolvido, não o convenceu. Até à sua morte em serviço, lutou por descobrir a
verdade, sem o conseguir e Pilar sente o peso desta herança, que acaba por lhe
vir bater à porta quando o famoso embalsamador (ou alguém inspirado nele) volta
ao ataque.
Temos aqui um thriller viciante, cheio de acção, de cenas
muito duras, principalmente as que envolvem o pequeno Dylan e um final bem
construído, que fecha a trilogia com chave de ouro.
Pilar Benamor é uma personagem marcante e a boa novidade é
que a poderemos encontrar no ecrã, na série que vai adaptar “Águas Passadas” em
breve.