Tânia Silva Borges é uma nova autora portuguesa. A primeira coisa que me chamou a atenção no seu livro foi a qualidade da escrita. Madura e cuidada, não parece um primeiro livro...
Fiquei agradavelmente surpreendida desde a primeira página, que me cativou para as personagens e para a sua narrativa.
Aqui iremos conhecer Marta, uma mulher como tantas outras, que vive actualmente um divórcio. Um evento tão impactante coloca tudo em causa, as opções actuais e as passadas. E é isso que Marta faz constantemente. Mas não é só a relação agora terminada que a incomoda, ela vai mais atrás na sua vida e coloca em causa todas as suas escolhas.
Os eternos "e ses" da vida. Sempre que tomamos uma decisão, com ela vem a dúvida do que teria sido o percurso caso a escolha recaísse noutra opção.
Para a ajudar a desembrulhar o cérebro, Marta conta sempre com Raquel, aquela amiga meio louca, que nunca falha e que a conhece como ninguém, tocando na ferida quando é preciso, mas sempre atenta aos sinais e pronta para ajudar (adorei esta personagem!).
Temos aqui um livro sobre escolhas, sobre reflexões e sobre o peso das decisões.
Na minha opinião o livro tem apenas um ponto que quebrou um pouco o ritmo de leitura. A Marta recorda regularmente o passado (quem não?), no entanto, a opção que a autora escolheu para estas viagens ao passado foram sempre utilizando o mesmo registo. A Marta chega a um local ou depara-se com determinada situação e relembra algo. Na verdade é assim que nos acontece, associamos locais e situações a memórias passadas, mas em termos de literatura, senti que havia aqui uma repetição do recurso que acabei por achar um pouco cansativo.
Nada que tire qualidade à história e à escrita de que gostei muito. Espero sinceramente que seja o primeiro de muitos livros da autora! Cá estarei para os ler!
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