Descobri os livros de Laura Esquivel há tantos anos que já lhes perdi a conta, com o seu "Como Água Para Chocolate". Livro este que viria a tornar-se o primeiro de uma trilogia, com "O Diário de Tita" e este "O Meu Negro Passado".
Gosto muito da escrita de Laura Esquivel, assim como gosto muito do seu "tom mexicano", que tanto transparece nas suas palavras. As personagens são ricas e memoráveis, e Maria e Horácio não serão excepção...
Maria é casada e tudo lhe corre bem, até ao dia em que dá à luz um menino negro. Sendo ela e o marido brancos, a conclusão é imediata e clara. Maria traiu.
Ela sabe que não e não aceita a forma como ela e o filho são, de repente, ostracizados por todos, principalmente pelo marido! Quase em simultaneo a sua mãe morre e durante o velório, surge a avó Lucia, de quem ela e os irmãos poucas memórias têm, visto que avó e mãe cortaram laços.
Se os irmãos têm uma atitude ríspida com a avó, Maria, talvez pela situação de fragilidade em que se encontra, acaba por falar com ela e deixar-se convencer a ir para o rancho onde a avó vive.
Será lá que Maria vai descobrir as suas raízes, que justificarão a cor de pele do seu adorado filho Horácio.
Gostei muito desta história, ainda que sinta que podia ter sido mais desenvolvida. Laura Esquivel podia ter permitido que nos embrenhassemos mais na narrativa, com maior detalhe e por um período de tempo maior. Soube-me a pouco, confesso. Mas o tempo que passei a ler estas páginas foi delicioso, numa visita à cultura mexicana que tanto aprecio.
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