Yuna é a narradora deste livro. Escrito na primeira pessoa, retrata-nos a vida vista por esta jovem que tem um certo grau de deficiência. Por isso o seu discurso é simples, com recurso, muitas vezes, a um dicionário para a ajudar a exprimir-se.
E este esforço de Yuna é recompensado, com o passar do tempo, tornando-a mais independente e confiante nas suas capacidades. E este foi, sem dúvida, o ponto alto deste livro para mim.
Porque a história que nos conta mais me fez lembrar uma câmara de horrores, já que todos os membros jovens desta família têm algum grau de deficiência e os acontecimentos trágicos sucedem-se.
Concluída a leitura, não estou certa do que sentir em relação ao livro, já que não me consegui conectar com nenhuma personagem, não consegui sentir a dor e as feridas abertas face aos acontecimentos descritos.
Talvez a escrita tenha contribuído para isso, e entendo o seu propósito, até porque são os olhos e a compreensão da Yuna face a cada situação, mas faltou-me alguma coisa para me agarrar a estas personagens e a esta história sofrida.
Ignorância minha, pensava que Aurora Venturini era uma autora italiana (induzida em erros pelo nome), afinal é Argentina. O que eu esperava encontrar em termos de escrita também não se concretizou, mas aqui a culpa foi minha, por falta de pesquisa antes de comprar o livro e de o ler.
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