Opinião... Aimée de Jongh * Dias de Areia


 Aprendo tanto com os livros! Aprendo outras perspectivas de vida, outras culturas, viajo até locais onde nunca fui fisicamente. No caso de “Dias de Areia” aprendi sobre um acontecimento de que nunca tinha ouvido falar…

Dust Bowl é o nome do fenómeno climático, que ocorreu nos Estados Unidos da América, em 1930 e que durou 10 anos. Em plena Grande Depressão, e depois de uma seca severa e de falhas nos processos de cultivo que tornaram a terra árida, enormes e contínuas tempestades de areia, tornaram a vida uma odisseia em boa parte do país.

O nosso protagonista é John Clark, fotógrafo de profissão, que sendo admitido num jornal, tem como primeiro grande trabalho fazer a cobertura deste fenómeno in loco. E nós iremos acompanhá-lo nesta viagem, que se revela dura em muitas frentes. A areia é o primeiro obstáculo, mas outros se seguirão, como a má recepção que teve por parte dos locais e que ele precisa de ultrapassar.

Este livro é uma novela gráfica, muito completa e bem construída, com uma narrativa sólida e ilustrações incríveis. O traço de Aimée de Jongh é muito bonito e teve a capacidade de passar o sufoco da tempestade de areia para o leitor. A desolação, a dificuldade em respirar, está lá tudo! A acompanhar o traço bonito está a escolha muito adequada da cor, com páginas muito sombrias (adoro o efeito da tempestade a aproximar-se!), mas outras mais detalhadas e coloridas, qual lufada de ar fresco.

A história deste fotógrafo é uma outra história dentro da narrativa, igualmente bem desenvolvida e incómoda até. O que procura ele? E encontrará o que procura?

Como última nota, gostaria de salientar as fotos verdadeiras que se encontram no início de cada capítulo e que a autora inseriu de forma brilhante no todo do seu desenho.

Não conhecia Aimée de Jongh, uma autora dos Países Baixos, mas irei estar atenta à sua obra, já que esta primeira experiência foi muito positiva!

1 comentário:

Anónimo disse...

Este verão li "Os quatro ventos" da Kristin Hannah que aborda o mesmo tema. Mexeu imenso com as minhas emoções. É um livro lindo! Mª João