Opinião... Gustave Flaubert * Madame Bovary

Data Início: 09-09-2015 
Data Fim: 15-09-2015

Autor: Gustave Flaubert
Título: Madame Bovary
Editora: Relógio d'Água
ISBN: 9789896411770
N. Páginas: 372

Sinopse:
«Madame Bovary sou eu», disse uma vez Flaubert, a quem o êxito do seu romance publicado em 1856 acabou por irritar, de tal modo eclipsou os seus outros livros.
Ema Bovary persegue a imagem do mundo que lhe é dada por uma certa literatura desligada da realidade. Arrastada pelas suas ilusões, a mulher do prosaico Carlos Bovary imagina-se uma grande amorosa.
A realidade revela-se impiedosa. E, no entanto, «Madame Bovary», na época judicialmente perseguido devido à sua «cor sensual» e à «beleza provocadora de Ema», está longe de ser essa lição de realismo que muitos nele quiseram ver.








Comentário:
Terminei a leitura de Madame Bovary com a sensação que faltou algo... Depois de meditar sobre o assunto, percebi o quê, este livro é muito monocórdico (à falta de melhor palavra para o descrever...). Ou seja, não é arrebatador, não é sentimental, não me fez vibrar de felicidade nem sentir tristeza... Quando o comparo com, por exemplo, Jane Austen, o teor é semelhante, retrata uma época semelhante embora Jane Austen seja mais antiga, mas os seus livros têm garra, têm picos de tensão. Que não encontrei neste livro...

No entanto, gostei do final, pareceu-me a forma lógica de terminar este romance. Foi uma história coerente.

Carlos Bovary é uma figura pacata, que vive muito à sombra dos pais e que pretende ser médico, mas sem muitas ambições. Ema é uma jovem enérgica e apaixonada pela vida, que vive intensamente os romances de amor que lê e que sonha ter uma vida de conto de fadas. Quando ambos se casam, Ema espera ter uma mudança radical na sua vida, mas a realidade é que tem um marido sem a mesma energia, com poucos conhecimentos e interesses que depressa a resvalam para uma vida de tédio. Gostei particularmente da cena deles à mesa de jantar e Ema a tentar puxar assuntos para discutir com o marido e ele totalmente indiferente.

Pouco conformada com a vida que leva, Ema procura distracções junto de outros e acaba por ter um relacionamento extra-conjugal com Rodolfo, um jovem rico e sózinho que se deixa seduzir pela beleza de Ema. Mas Ema é uma insatisfeita por natureza e quer sempre mais e mais, o que a irá levar por caminhos tortuosos.

Existem episódios pelo meio da história que se passam na aldeia e que dão interesse à história, como a operação mal sucedida que Carlos Bovary fez ao pé torto do ajudante do boticário, que pretendia dar-lhe notoriedade e que teve precisamente o efeito contrário.

Em suma, trata-se de uma história de amores e desamores, de desilusões e de ilusões, mas, como disse no início, para mim Gustave Flaubert não conseguiu transmitir os sentimentos, não me deixou agarrada ao livro...

Classificação: 7/10

1 comentário:

Claudia Oliveira disse...

:)
Concordo em grande parte em relação às emoções.