Opinião... Nuno Camarneiro * Debaixo de Algum Céu

Data Início: 27-03-2014 

Data Fim: 30-03-2014

AutorNuno Camarneiro
Título: Debaixo de Algum Céu
Editora: Dom Quixote
ISBN: 9789896602390
N. Páginas: 200

Sinopse:
Num prédio encostado à praia, homens, mulheres e crianças - vizinhos que se cruzam mas se desconhecem - andam à procura do que lhes falta: um pouco de paz, de música, de calor, de um deus que lhes sirva. Todas as janelas estão viradas para dentro e até o vento parece soprar em quem lá vive. Há uma viúva sozinha com um gato, um homem que se esconde a inventar futuros, o bebé que testa os pais desavindos, o reformado que constrói loucuras na cave, uma família quase quase normal, um padre com uma doença de fé, o apartamento vazio cheio dos que o deixaram. O elevador sobe cansado, a menina chora e os canos estrebucham. É esse o som dos dias, porque não há maneira de o medo se fazer ouvir.
A semana em que decorre esta história é bruscamente interrompida por uma tempestade que deixa o prédio sem luz e suspende as vidas das personagens - como uma bolha no tempo que permite pensar, rever o passado, perdoar, reagir, ser também mais vizinho.
Entre o fim de um ano e o começo de outro, tudo pode realmente acontecer - e, pelo meio, nasce Cristo e salva-se um homem. Embora numa cidade de província, e à beira-mar, este prédio fica mesmo ao virar da esquina, talvez o habitemos e não o saibamos. Com imagens de extraordinário fulgor a que o autor nos habituou com o seu primeiro romance, "Debaixo de Algum Céu" retrata de forma límpida e comovente o purgatório que é a vida dos homens e a busca que cada um empreende pela redenção.

Comentário:
Terminei este livro sem conseguir definir bem se gostei ou não... Gostei muito do facto de se passar num prédio, centrado nos seus habitantes. Gostei da caracterização dos personagens e de apontamentos brilhantes. Não gostei tanto da forma de escrita, mas "poética".

Um prédio como tantos outros, com habitantes como tantos outros. Cada casa com os seus problemas, as suas angustias, as suas alegrias, os seus medos.
Desde o habitante do terceiro andar que é padre, mas tem dúvidas existênciais, até ao Menino Moço, idoso dedicado à criatividade que apanha despojos do mar para com eles criar uma máquina extraordinária. Pelo meio, uma familia dita normal, marido e mulher e dois filhos, o mais novo dos quais com uma vida alheia à sua dentro da sua cabeça, um jovem casal com uma bebé, onde o pai aposta forte na sua profissão em detrimento da familia, uma viúva que não aceita esse facto e um criador de pessoas digitais, só e à procura de um rumo.

São histórias de vida, que tocam na vida de todos nós. Por isso é um livro que vale a pena ler.

Classificação: 7/10

2 comentários:

Dulce disse...

Olá Maria João,
Também fiquei assim, não sei se gostei ou não!!!!
Gosto da forma de escrita, "poética". Gostei do "predio e dos seus habitantes" mas....
Bjs
Dulce Barbosa

Maria João disse...

Olá Dulce, bom dia.

É isso mesmo, mas...
Um "mas" dificil de definir.

Beijinhos
Maria João