Aguardava com entusiasmo e expectativa o novo livro de Tânia Ganho. Quem já a leu saberá, certamente, porquê!
E não desiludiu! (como podia?). Este “Lobos” tem tanto para
oferecer ao leitor, tanto conteúdo, tantas emoções!
Qualquer escritor com menor qualidade teria, provavelmente, criado
um livro com demasiada informação. Mas Tânia Ganho tem o poder de brincar com
as palavras, de ser concisa e, ao mesmo tempo, detalhada e profunda. O que resulta
num livro que mexe com quem o lê, incomoda e expõe situações que habitualmente
são abafadas na sociedade. Por isso mesmo, e pela forma crua como está escrito,
temo que não será para todos, mas os que tiverem estômago forte, sairão, sem
dúvida, mais ricos desta leitura.
O leque de personagens é vasto: Fedra, cientista, lidou toda
a vida com cadáveres, tentando identificá-los após situações extremas, quer
sejam guerra, violações ou assassinatos. Cansada de ver a miséria humana na sua
vertente mais cruel, decide fazer uma pausa. A sua irmã, Helena, sofre uma crise
existencial durante o seu segundo casamento. Ela procura algo que não sabe o
que é, mas precisa de descobrir a sua essência sexual…
A sua filha, a adolescente Leonor, sofreu um duro golpe,
depois de ter confiado num homem mais velho e precisa de ajuda. Será ao lado da
tia Fedra que vai encontrar alguma paz.
Amélia é a mãe de Fedra e Helena e a sua doença, o Alzheimer,
encontra-se em fase galopante de desenvolvimento, levando com ela as suas faculdades.
Na mesma região onde moram agora Fedra e Leonor, instalou-se
também Stefan, antigo fotografo de guerra, também cansado do que já viveu, cria
uma reserva de preservação do lobo (que pormenor maravilhoso este!).
E será no meio desta panóplia tão vasta de personagens que
vamos viver esta história. Será sofrida aviso já. Nem sequer consegui ler muito
tempo de seguida, de tal forma incomoda e, até magoa.
Mas é um livro e tanto!
Opinião mais detalhada em video:
Sem comentários:
Enviar um comentário