Imaginemos que, para cada relação amorosa que temos, sabemos
qual vai ser a sua duração. Todas elas têm um prazo de validade conhecido… Como
iriamos viver estas relações? De forma intensa, porque iriam ter um fim ou de
forma leviana, pela mesma razão?
É esta a premissa de “Prazos de Validade”, um romance que
achei muito interessante, principalmente pelo rumo que tomou. Confesso que a
dada altura da primeira metade não estava a ver de que maneira a autora iria
conseguir fechar esta história de forma coerente e lógica, mas um elemento que
introduziu, depois do meio do livro, veio trazer uma nova luz sobre o assunto e
gostei bastante do rumo, ainda que tenha percebido antecipadamente qual era.
Daphne sempre recebeu bilhetes, cartas, o que seja, com indicação
da duração do seu próximo caso amoroso. Até ao dia em que o bilhete apenas tem
o nome do feliz contemplado, sem data. O que significará isso? É desta que terá
um: “felizes para sempre”?
É isso que vamos descobrir, em conjunto com esta personagem
peculiar. Ela é amorosa, todos gostam dela (incluindo o leitor!) e torcem para
que a vida lhe sorria. Ela tem um novo emprego, onde se sente bem, dá-se bem
com a chefe e com a ex-colega que lhe apresentou Jake. Tem um ex-namorado que
se tornou melhor amigo, o Hugo, com quem tem uma relação estreita e é o único
que sabe da existência das datas.
E tem a sua relação com Jake, a melhor pessoa do mundo, tudo
faz para que Daphne se sinta bem e confortável. Face à ausência de data de fim,
Daphne investe tudo nesta relação, ainda que o coração não galope. Até onde iremos?
Este foi um romance que me soube muito bem ler, ainda que
tenha tido umas questões com a escrita, que não consigo identificar se são da
autora, Rebecca Serle ou da tradução. Senti alguma estranheza na forma, ainda
que a mesma se tenha desvanecido ao longo da leitura.
À parte este detalhe, gostei muito da premissa, da história e da Daphne! Um bom romance para ler numa tarde de chuva, com um chá que nos aqueça o coração e a alma!
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