A premissa deste livro deixou-me de imediato curiosa. Um
metro, sete carruagens, e a cada novo dia, a personagem principal, René, revive
uma e outra vez a mesma rotina, tendo a acção lugar em cada uma das diferentes carruagens.
E é precisamente aí que os dias variam uns dos outros, já
que as pessoas com que interage em cada carruagem são diferentes e o diálogo é,
também ele, distinto.
E chego aqui ao cerne da questão, já que achei estes diálogos
muito forçados, com um objectivo, é certo, mas sem qualquer subtileza. Ao ponto
de me parecer estar a ler um livro de ajuda e não um romance.
A temática que aborda é muito interessante e importante. Não
vou revelar qual é, porque é parte do encanto da narrativa, mas acredito que
possa ajudar leitores. Da mesma forma, o conteúdo dos diálogos que mencionei
acima são, também eles, de extrema importância. Um alerta, uma aprendizagem,
uma ajuda. Mas não são diálogos realistas, que se enquadrassem na acção em
curso. E foi este o ponto que me incomodou e fez gostar menos da leitura.
A escrita é simples, fácil de ler e compreender e existe sensibilidade na mensagem. Não quero com as minhas palavras tirar valor ao livro, não seria justo. Só não concordo que lhe chamemos romance…
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