“Morte nas Caves” é o último thriller de Lourenço Seruya, o quinto da série Bruno Saraiva.
Desta vez vamos até ao Porto, pormenor que adorei, pela
forma como a cidade nos é apresentada. Conheço o Porto como visitante e
reconheci a sensação de lá estar pelos olhos do inspector Bruno!
A acção deste livro passa-se nas caves do vinho do Porto.
Embora o autor se tenha inspirado nas Caves Ferreira e na bonita história desta
família, toda a narrativa é ficção. Até porque o livro começa com um
assassinato…
Constança é a directora das caves. Ela quer passar a sucessão
das mesmas a algum familiar e dois dos seus três filhos ambicionam o lugar. O
crime ocorrido a seguir ao jantar da empresa irá colocar tudo em causa. Cabe
agora à polícia judiciária descobrir quem matou e porquê.
Gosto muito da forma leve como Lourenço escreve os seus
livros, levando-nos pela pesquisa e rebuscando o passado de cada personagem.
São livros que entretêm, de facto. Este não foi excepção, contudo, não é o meu
preferido do autor.
Isto porque senti alguma falta de um fio condutor em toda a
história. Sinto que o autor segue uma linha de escrita na onda de Agatha Christie.
Um conjunto fechado de personagens, onde uma delas tem de ser o criminoso. Isto
obriga o escritor a elaborar um conjunto de pistas falsas que desviem a atenção
do alvo. Mas sinto que estas pistas deveriam ter aparecido de forma mais subtil
ao longo da narrativa.
Julgo que esta história, da forma como está escrita, resultaria
melhor, por exemplo, numa peça de teatro ou num filme, que vive da cada cena
isolada. Num livro, deixou-me com a sensação de ausência do tal fio condutor,
que me fez gostar menos desta nova aventura de Bruno Saraiva do que das anteriores…
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