Esta foi a minha estreia com o escritor Julian Barnes e, confesso, ia um pouco a medo da escrita que iria encontrar. Fui agradavelmente surpreendida, por uma narrativa simples e directa, com um toque de humor inesperado e imensos exemplos a retratar as ideias apresentadas.
Julian Barnes defende, neste pequeno livro de não ficção, que é legítimo mudar de ideias. Dividido em cinco capítulos, aborda este ideia de cinco perspectivas diferentes, todas elas interessantes e que deixam o leitor a pensar.
A memória, o quanto ela nos pode induzir em erros, por omissões ou confusões com a realidade, fazendo-nos criar certezas por vezes assentes em memórias falsas. As palavras (o meu capítulo preferido) e o seu sentido. A forma com a palavra evolui ao longo dos tempos, acabando por representar uma ideia oposta à da sua origem. A política, e o quanto as ideias políticas podem divergir, quer no eleitor, quer nos próprios partidos, dependendo de quem os lidera. Os livros e o quanto o passar do tempo e a experiência individual condicionam a leitura. E, por fim, a idade e o tempo. Porque de facto, a idade trás consigo conhecimento e sabedoria, que se pode traduzir numa mudança de ideias.
Gostei muito desta leitura, muito mais do que estava a pensar inicialmente. Agradável de ler, curiosa no conteúdo e um ponto de partida para reflexão sobre este tema de mudar de ideias!
E deixou-me cheia de vontade de ler um romance do autor!
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