Jeanine Cummins escreveu um dos livros que mais me marcou, “Terra Americana”, quer pela temática, quer pela intensidade que conseguiu imprimir à narrativa.
Por isso mesmo, a fasquia estava elevada para este “De Volta
a Casa” e talvez por isso senti que as expectativas foram um pouco defraudadas.
Não estando relacionado com a temática (igualmente dura), mas com a sensação de
repetição que senti ao longo da história. Julgo que este livro ganharia ao ter
menos páginas, conseguindo transmitir a mensagem de forma mais eficiente e agradável.
Temos aqui três gerações de uma mesma família. Rafaela, a avó,
que emigrou de Porto Rico para a América, em busca de uma vida melhor. A sua filha,
Ruth, já nascida nos Estados Unidos, mas perseguida pelo estigma do emigrante,
luta com todas as forças contra este preconceito, negando as suas origens. Por
último, temos a neta, Daisy, que ao contrário da mãe, acha que é em Porto Rico
que irá recuperar as raízes e o sentido da sua vida.
Mas um terrível acidente irá levar Daisy ao hospital e
obrigar Rafaela e Ruth a retornar a Porto Rico, desvendando um passado
desconhecido…
Gostei muito destas personagens, da forma simples como são
apresentadas. Os seus sentimentos são muito claros e bem transmitidos ao leitor.
Bem como esta ansiedade em torno do que é ser emigrante. Sem dúvida, um tema
muito actual.
Julgo que a qualidade da escrita de Jeanine Cummins está
novamente presente, mas, como referi, pecou pelo excesso de repisar a mesma
mensagem, esmorecendo o meu entusiasmo. Ainda assim, permitiu-me conhecer uma outra
realidade, de um país pouco abordado na literatura, o que só se pode traduzir
num saldo positivo no cômputo geral.
Opinião mais detalhada em video:
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