Finalmente estreei-me com a autora Filipa Amorim. O seu livro de estreia “A Corrente” reside nas minhas estantes já há algum tempo, mas ainda não calhou de ser lido e, entretanto, foi ultrapassado pelo “A Noite da Tempestade” …
Diria que nada de grave, até porque cada livro tem o seu
momento na vida de um leitor. E depois de ler a “tempestade” com mais vontade
fiquei de ler a “corrente”.
Porque temos aqui um thriller diferente. Essencialmente diferente
na forma como a história nos é contada. Quase em jeito de romance, cada
personagem tem tempo para ser desenvolvida e apresentada ao leitor nas suas múltiplas
facetas. Apreciei muito isto. Senti que tive tempo de as conhecer e perceber as
suas acções.
A nossa protagonista é a Sofia. Ela perdeu o irmão Vicente,
que decidiu terminar com a sua própria vida, ainda que aparentasse ter uma vida
agradável com a mulher Marta e dois filhos. A viver o luto, decide voltar à
casa onde o irmão passou tantas horas da sua vida em pesquisas e análises de
crimes não solucionados. A casa que a família de Vicente tinha em Santa Cruz.
Aqui Sofia irá encontrar os ficheiros de todos os casos que
assombravam Vicente. Quando eram adolescentes, ambos encontraram um corpo na
rua, no regresso a casa de uma noitada. Este acontecimento marcou-os e marcou o
seu destino. Ele tornou-se inspector, ela jornalista, talvez numa tentativa de
descobrir casos como aquele com que acidentalmente se depararam…
Temos aqui uma história de luto e de luta. Luta pela verdade,
que nem sempre é possível encontrar. A “Noite da Tempestade” apresenta-nos uma
história muito bem construída, coerente e credível que fala, acima de tudo, de
pessoas e relações humanas, com uma voz própria e original.
Sem dúvida, uma autora a acompanhar!
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