Faz já algum tempo que não lia um livro que me transmitisse a intensidade de “Dor Fantasma”. Este livro surpreendeu-me muito pela forma impactante como a leitura me atingiu.
Partindo de uma obsessão, o autor conta-nos a história de Rômulo
Castelo, um pianista virtuoso, que não aceita nada menos que a perfeição. E é em
busca desta perfeição que passa os seus dias, em detrimento do tempo com a
família ou amigos. Para Rômulo tudo o que conta é conseguir concretizar um
sonho, tocar ao vivo a peça intocável de Liszt, o que acontecerá em breve
aquando da sua digressão pela Europa.
No entanto, o destino tinha outro rumo traçado e um acidente
irá mudar definitivamente a vida de Rômulo. Como é que alguém que dedicou todo
o seu tempo a um objectivo reage quando esse objectivo se torna, de súbito, inalcançável?
É este percurso que vamos acompanhar, sofrendo com esta
personagem que chega a ser execrável, provocando-nos um misto de indiferença e
pena.
Achei esta leitura muito difícil em todos os sentidos, quer
pela temática, quer pela forma como está escrita, que ainda que muito bonita, é
exigente.
Mas, sem dúvida, vale todo o esforço, temos aqui uma grande
obra, que me fez entender de imediato o porquê de ter sido vencedor do Prémio Literário
José Saramago 2022.
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