Sinto que este livro precisa de ser analisado de duas perspectivas diferentes. Por um lado, a escrita e a forma como está construído, por outro, a mensagem.
Vou começar pela mensagem, simplesmente incrível. O ser
humano quando usa os seus recursos de forma positiva e em prol do próximo,
consegue coisas incríveis. Shiro Oguni era realizador de cinema e televisão,
mas foi atraiçoado por uma doença de coração que o impediu de prosseguir com a
sua profissão. Foi então que, entre outras coisas, decidiu concretizar alguns
sonhos antigos, outros mais recentes, como criar um restaurante, cujos
trabalhadores sofram de demência. O que poderia parecer um acto de loucura, ele
mesmo, tornou-se num fenómeno de reconhecimento mundial.
O retorno desta experiência foi algo totalmente inesperado,
uma vez que as pessoas que sofrem de demência são automaticamente conotadas com
total incapacidade, no entanto, quando acompanhadas e estimuladas, conseguem
ainda ser muito competentes. Depois, foi a reação dos clientes deste
restaurante tão especial que surpreenderam. As pessoas que sabiam ao que iam,
reagiram de forma entusiástica, mas as que não sabiam foram cativadas pela
simpatia destas pessoas simples, que conseguiam reagir com uma gargalhada a
cada pedido trocado.
Esta experiência foi, sem dúvida, uma lição de vida que
adorei conhecer!
Mas falta falar sobre a parte literária desta obra. A escrita é extremamente simples e muito telegráfica. Há muitos pontos finais, que acabam por quebrar ritmo de leitura. A forma como o livro está estruturado podia, na minha opinião, ser mais apelativa também. Não quero com isto dizer que não gostei do livro, porque gostei realmente muito, pela sua mensagem tão bonita. E neste caso, à semelhança dos pedidos trocados, encaramos este “pormenor” da escrita com um sorriso!
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