Determinadas novelas gráficas, mais ainda do que livros de literatura, gritam por mim, sem motivo aparente. Apenas pela capa. E este “O Lobo” já me andava a tentar há demasiado tempo. Rendi-me e li-a. Ou deveria dizer, rendi-me e deliciei-me com esta história?
Confesso que não fiquei de imediato encantada com a arte,
assim que iniciei a leitura. Aprecio linhas mais precisas, traços mais
delicados. Mas à medida que o argumento me foi absorvendo, as ilustrações complementaram-no
de forma perfeita, fazendo-me esquecer a sensação inicial.
Temos um pastor e um lobo. Este lobo perdeu a mãe, ainda
muito jovem, às mãos do dito pastor, o qual, por sua vez, perdeu parte do seu
rebanho (e, consequentemente, do seu rendimento) pela boca da loba. O ciclo é vicioso,
e o sentimento de vingança também…
São estes dias frios, no meio dos Alpes, num clima inóspito
e em condições extremas de sobrevivência que vamos acompanhar esta luta
desafiadora entre homem e animal.
A dada altura, temi um final trágico para todos, um desfecho
onde ninguém ganha. Mas Rochette tinha outros planos e gostei muito quer das
opções, quer do caminho que tomou até chegar a elas.
É um livro que se sente: sente-se o frio, acima de tudo, o
isolamento das montanhas, a raiva, a sede de vingança, o vazio depois desta. Às
primeiras páginas não acreditei vir a gostar tanto deste livro, mas a verdade é
que me soube conquistar. Definitivamente!
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