Sabem aqueles livros que só de olhar para eles, sentimos que
queremos muito gostar da leitura? Foi o que me aconteceu com “O Destino da
Livraria de Kichijōji”, para mais na incrível embalagem onde o recebi,
já de si bonita, melhor ainda porque vinha recheada de Tsuru!
Mas a capa não faz um livro, e o que o envolve também não. A
narrativa, as personagens, a escrita, esses sim são factores determinantes. E
alguns destes aspectos ficaram aquém, na minha opinião.
É certo que o livro segue em crescendo de interesse, no
entanto, a primeira metade é muito vazia de conteúdo, pautada por repetições de
ideias e pouca acção. Ainda assim algo no livro me impulsionou a continuar a
leitura, e ainda bem, porque a segunda metade melhora significativamente.
Porque é na segunda metade que as personagens revelam a sua essência, e onde se
comprova que a união faz a força!
A livraria de Kichijōji é uma livraria bastante
antiga, com uma enorme oferta, mas meio perdida no tempo. Os funcionários mais
novos procuram trazer alguma inovação, mas rapidamente são barrados pelos mais
antigos e conservadores. É o caso de Aki, uma jovem que acaba de se casar, e
que encontra em Riko, a sua superiora, uma adversária no local de trabalho.
No entanto, o futuro não se avizinha risonho para esta
livraria, obrigando a que todos coloquem de lado as suas diferenças e a que Riko,
entretanto promovida a gerente, abra horizontes a novas experiências.
Conseguirão, juntos, salvar a livraria?
A escrita japonesa é muito característica e única. Pautada pela contemplação e pela lentidão da acção, é expectável que as narrativas não sejam aceleradas e para devorar. Ainda assim, a primeira metade deste livro passa um pouco esta linha divisória, acabando por cair no desinteresse, o que desmotivou a minha leitura. Se todo o livro tivesse o mesmo conteúdo da segunda parte, estou certa de a percepção seria diferente. Desta forma, embora tenha acabado por gostar da leitura, não a senti especial como esperava.
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